Sindroma Edificio Doente
O aumento repentino dos preços de petróleo levou os países industrializados a estabelecerem normas de contensão de consumo relacionado com o aquecimentos dos imóveis. A estratégia a seguir foi, por um lado, aumentar o poder isolante das paredes exteriores, alpendres e janelas, reduzindo as perdas relativas à condução e, por outro lado, melhorou o sistema de fecho das portas e janelas para limitar as perdas de calor ou frio por convecção ou dispersão. Para contribuir na poupança de energia, as instalações de ar condicionado foram obrigadas a reciclar continuamente uma percentagem muito importante do mesmo ar, favorecendo assim, se a instalção não é limpa e desinfectada de forma regular, à difusão de contaminantes e microorganismos por toda a instalação.
Todas estas medidas provocaram consequências imediatas, pois não só aumentaram repentinamente todas as doenças alérgicas e pulmonares como também cresceu enormemente a rapidez com que se difundem as doenças infecciosas entre os utentes de um mesmo imóvel. Estes fenómenos generalizaram-se tanto que deram origem à definição do "Sindroma do Edifício Doente".
A Organizaão Mundial de Saúde (OMS) em 1982, atribuiu a definição de Sindroma do Edifício Doente (SED) como um sindroma que afectava os ocupantes de um edifício, causando-lhes problemas de saúde.
Os ocupantes afectados pelo SED apresentam sintomas como stress, eczemas, enxaquecas, problemas respiratórios, inflamações de garganta ou irritações nos olhos, provocado por diversos factores relacionados com o estado e as condições do edifício onde se desenvolvem as suas actividades.
A contaminção biológicaOs contaminantes biológicos do ar encontram-se em toda a casa, escola e lugar de trabalho. As fontes são provenientes do ar exterior, das pessoas que deixam vírus e bactérias, dos animais (insectos e outros antrópodos e mamíferos) que transmitem alergias, e também das superfícies interiores e reservatórios de água onde os fungos e bactérias podem crescer assim como também nos desumidificadores. Vários factores permitem que os agentes biológicos cresçam e se libertem no ar. Uma humidade relativa alta é muito importante já que ajuda ao crescimento das populações de ácaros de pó em casa e ao crescimento de fungos nas superfícies húmidas. A contaminação por ácaros e fungos pode ter origem nas inundações, nas alcatifas e tapetes que estejam constantemente húmidos (acontece quando são instalados em salas com pouca ventilação), nos quartos de banho com má ventilação ou húmidade gerada pela cozinha. Os aparelhos como os humidificadores, desumidificadores, ar condicionado e fontes para recolha de água através de espirais de arrefecimento (como nos frigoríficos) ajudam ao crescimento de bactérias e fungos.
Os componentes dos sistemas mecânicos de aquecimento, ventilação e ar condicionado, também podem servir como reservatórios ou lugares de multiplicação microbiana. Entre eles estão entradas de ar junto a fontes de contaminação como águas paradas, desperdícios orgânicos ou excrementos de aves, ou mesmo as partes do sistema mecânico dos humificadores, espirais de arrefecimento ou fontes de drenagem condensadas. O pó e os desperdícios podem depositar-se nas condutas ou caixas misturadoras da unidade de ventilação.
Os agentes biológicos do ar nos interiores produzem três tipos de doenças humanas: infecções em que os agentes patógenos invadem o tecido humano, doenças de hipersensibilidade em que há uma activação específica do sistema imunológico que origina uma doença, e "toxocosis" em que as toxinas químicas produzidas biologicamente causam efeitos tóxicos directos.
Além disso, existe uma relação entre a exposição a condições que favorecem a contaminação biológica (como humidade, danos causados pela água) e os sintomas de respiração superior e inferior não específicos. As provas existentes mostram que alguns casos do grupo de sintomas não específicos conhecidos como o "Sindroma do Edifício Doente", podem estar relacionados com a contaminação microbiológica que se apresenta nos edifícios.
O controlo do edifícioInfelizmente o controlo dos ambientes interiores é actualmente muito inferior ao que sería desejável. O crescente empenho demonstrado nos últimos anos na nossa sociedade pelo meio ambiente e pelo ar que dia a dia respiramos em espaços fechados, onde passamos mais de 75% do nosso tempo, conduziu à aprovação do novo Regulamento de Instalações Térmicas nos Edifícios (RITE) e suas Instruções Técnicas Complementares (ITE) por Real Decreto 1751/1998 de 31 de Julho (BOE 5.08.98), que entre outros, sita a norma UNE 100-030-1994 da prevenção da Legionella nas instalações dos edifícios.
Devemos ressaltar deste documento de cumprimento obrigatório, o tema que se ocupa da exigência de manutenção das instalações (ITE 08.1.2), detalhando no seu ponto 08.1.3 as operações de manutenção (a operação de revisão e limpeza das unidades de impulsão e retorno do ar com uma periocidade anual).
Recentemente, os últimos e alarmantes casos de surtos de Legionela levaram à redacção e aprovação do Ministério da Saúde e Consumo do Real Decreto 909/2001 com data de 27 de Julho de 2001, no qual se estabelecem os critérios higiéno-sanitários para a prevenção e controlo da Legionela.
Este Real Decreto contém as medidas a aplicar nos casos de revisão, limpeza e desinfecção de todas as intalações que utilizam água no seu funcionamento.
Artigo 2:A âmbito de aplicação. Apartado g) especifica "conduta de ar condicionado"Artigo 7:medidas preventivas. Apartado 2) Os programas de manutenção realizar-se-ão em todas as instalações mencionadas no Artigo 2 e incluem:
b) Revisão e exame de todas as partes da instalação.
c) Programa de limpeza e desinfecção de toda a instalação.
ANEXO 4 A) Revisão.
A revisão de todas as partes de uma instalação comprovará o seu correcto funcionamento e o seu bom estado de conservação e limpeza.
B) Limpeza e desinfecção.
Dever-se-á ter em conta que uma desinfecção nunca será efectiva se não é acompanhada de uma limpeza exaustiva.
A limpeza e desinfecção do sistema completo deverá realizar-se pelo menos duas vezes por ano, de preferência no início da primavera e no outono, quando as instalações sejam de funcionamento sazonal, além disso pelas seguintes circunstâncias: quando se põe em funcionamento pela primeira vez uma instalação após uma paragem superior a um mês ou após reparação ou modificação estrutural quando uma revisão geral assim o aconselhe ou quando seja determinado por uma autoridade sanitária.
Por último entendemos mencionar as normas UNE 100/011/91 (AENOR,1991) sobre a climatização, a ventilação para a Qualidade aceitável do ar na Climatização dos locais.
Em Portugal existem normas e recomendações do Instituto Nacional de Segurança e Higiene no Trabalho que estabelecem os níveis máximos de alguns contaminantes que podem existir no interior dos edifícios. Também existe uma "Ordenanza General" do Ministério do Trabalho (9 de Março de 1971), que determina os níveis mínimos de ventilação e os máximos para alguns contaminantes.
Todas estas medidas provocaram consequências imediatas, pois não só aumentaram repentinamente todas as doenças alérgicas e pulmonares como também cresceu enormemente a rapidez com que se difundem as doenças infecciosas entre os utentes de um mesmo imóvel. Estes fenómenos generalizaram-se tanto que deram origem à definição do "Sindroma do Edifício Doente".
A Organizaão Mundial de Saúde (OMS) em 1982, atribuiu a definição de Sindroma do Edifício Doente (SED) como um sindroma que afectava os ocupantes de um edifício, causando-lhes problemas de saúde.
Os ocupantes afectados pelo SED apresentam sintomas como stress, eczemas, enxaquecas, problemas respiratórios, inflamações de garganta ou irritações nos olhos, provocado por diversos factores relacionados com o estado e as condições do edifício onde se desenvolvem as suas actividades.
A contaminção biológicaOs contaminantes biológicos do ar encontram-se em toda a casa, escola e lugar de trabalho. As fontes são provenientes do ar exterior, das pessoas que deixam vírus e bactérias, dos animais (insectos e outros antrópodos e mamíferos) que transmitem alergias, e também das superfícies interiores e reservatórios de água onde os fungos e bactérias podem crescer assim como também nos desumidificadores. Vários factores permitem que os agentes biológicos cresçam e se libertem no ar. Uma humidade relativa alta é muito importante já que ajuda ao crescimento das populações de ácaros de pó em casa e ao crescimento de fungos nas superfícies húmidas. A contaminação por ácaros e fungos pode ter origem nas inundações, nas alcatifas e tapetes que estejam constantemente húmidos (acontece quando são instalados em salas com pouca ventilação), nos quartos de banho com má ventilação ou húmidade gerada pela cozinha. Os aparelhos como os humidificadores, desumidificadores, ar condicionado e fontes para recolha de água através de espirais de arrefecimento (como nos frigoríficos) ajudam ao crescimento de bactérias e fungos.
Os componentes dos sistemas mecânicos de aquecimento, ventilação e ar condicionado, também podem servir como reservatórios ou lugares de multiplicação microbiana. Entre eles estão entradas de ar junto a fontes de contaminação como águas paradas, desperdícios orgânicos ou excrementos de aves, ou mesmo as partes do sistema mecânico dos humificadores, espirais de arrefecimento ou fontes de drenagem condensadas. O pó e os desperdícios podem depositar-se nas condutas ou caixas misturadoras da unidade de ventilação.
Os agentes biológicos do ar nos interiores produzem três tipos de doenças humanas: infecções em que os agentes patógenos invadem o tecido humano, doenças de hipersensibilidade em que há uma activação específica do sistema imunológico que origina uma doença, e "toxocosis" em que as toxinas químicas produzidas biologicamente causam efeitos tóxicos directos.
Além disso, existe uma relação entre a exposição a condições que favorecem a contaminação biológica (como humidade, danos causados pela água) e os sintomas de respiração superior e inferior não específicos. As provas existentes mostram que alguns casos do grupo de sintomas não específicos conhecidos como o "Sindroma do Edifício Doente", podem estar relacionados com a contaminação microbiológica que se apresenta nos edifícios.
O controlo do edifícioInfelizmente o controlo dos ambientes interiores é actualmente muito inferior ao que sería desejável. O crescente empenho demonstrado nos últimos anos na nossa sociedade pelo meio ambiente e pelo ar que dia a dia respiramos em espaços fechados, onde passamos mais de 75% do nosso tempo, conduziu à aprovação do novo Regulamento de Instalações Térmicas nos Edifícios (RITE) e suas Instruções Técnicas Complementares (ITE) por Real Decreto 1751/1998 de 31 de Julho (BOE 5.08.98), que entre outros, sita a norma UNE 100-030-1994 da prevenção da Legionella nas instalações dos edifícios.
Devemos ressaltar deste documento de cumprimento obrigatório, o tema que se ocupa da exigência de manutenção das instalações (ITE 08.1.2), detalhando no seu ponto 08.1.3 as operações de manutenção (a operação de revisão e limpeza das unidades de impulsão e retorno do ar com uma periocidade anual).
Recentemente, os últimos e alarmantes casos de surtos de Legionela levaram à redacção e aprovação do Ministério da Saúde e Consumo do Real Decreto 909/2001 com data de 27 de Julho de 2001, no qual se estabelecem os critérios higiéno-sanitários para a prevenção e controlo da Legionela.
Este Real Decreto contém as medidas a aplicar nos casos de revisão, limpeza e desinfecção de todas as intalações que utilizam água no seu funcionamento.
Artigo 2:A âmbito de aplicação. Apartado g) especifica "conduta de ar condicionado"Artigo 7:medidas preventivas. Apartado 2) Os programas de manutenção realizar-se-ão em todas as instalações mencionadas no Artigo 2 e incluem:
b) Revisão e exame de todas as partes da instalação.
c) Programa de limpeza e desinfecção de toda a instalação.
ANEXO 4 A) Revisão.
A revisão de todas as partes de uma instalação comprovará o seu correcto funcionamento e o seu bom estado de conservação e limpeza.
B) Limpeza e desinfecção.
Dever-se-á ter em conta que uma desinfecção nunca será efectiva se não é acompanhada de uma limpeza exaustiva.
A limpeza e desinfecção do sistema completo deverá realizar-se pelo menos duas vezes por ano, de preferência no início da primavera e no outono, quando as instalações sejam de funcionamento sazonal, além disso pelas seguintes circunstâncias: quando se põe em funcionamento pela primeira vez uma instalação após uma paragem superior a um mês ou após reparação ou modificação estrutural quando uma revisão geral assim o aconselhe ou quando seja determinado por uma autoridade sanitária.
Por último entendemos mencionar as normas UNE 100/011/91 (AENOR,1991) sobre a climatização, a ventilação para a Qualidade aceitável do ar na Climatização dos locais.
Em Portugal existem normas e recomendações do Instituto Nacional de Segurança e Higiene no Trabalho que estabelecem os níveis máximos de alguns contaminantes que podem existir no interior dos edifícios. Também existe uma "Ordenanza General" do Ministério do Trabalho (9 de Março de 1971), que determina os níveis mínimos de ventilação e os máximos para alguns contaminantes.